[TP] Entre Cavaleiros e Demônios

Cavaleiros do Inferno, as criaturas mais brutais, perigosas, inteligentes e orgulhosas do inferno. A primeira linha no combate no exercito de Lúcifer; a maioria ex-soldados do céu, treinados como cães de briga pelo próprio Caim, o primeiro assassino. Também os que mais fizeram algum estrago na Terra sem o conhecimento dos humanos: Pestes, guerras, formas de governo opressor; um pequeno toque de um Cavaleiro basta para toda uma floresta definhar, e para eles a muito tempo essas coisas não passam de jogos para tirar o tédio quando as brincadeiras diárias não resolvem; ah, as brincadeiras, geralmente consistindo em torturas, assassinatos e outros crimes cometidos de forma barbara, mas de novo, para eles apenas brincadeiras.
Não se soube muito dos Cavaleiros depois que muitos foram mortos pelo próprio Caim; o pensamento era que todos tinham sido assassinados, o que nem de longe era verdade; os que sobraram se separaram, esbarrando uns nos outros de vez em séculos, mas dificilmente agindo com hostilidade entre si. Apenas criaturas antigas e com grande conhecimento sabem da verdade, nem mesmo demônios de castas baixas sonham que ainda há criaturas tão antigas quanto o próprio céu andando entre eles, e quando tem o azar de se encontrar com um, dificilmente sobrevivem.
Como já dito, nos dias de hoje é extremamente raro encontrar mais de um Cavaleiro no mesmo lugar; porém, a madrugada do dia 12 de agosto de dois mil e quinze em Nova Iorque foi uma grande exceção, em que uma caída e outro criado acabam se encontrando, pareciam se conhecer de outros tempos, ou mais do que isso, pareciam ter certa intimidade.
Mas eles não eram os únicos, outra Cavaleira, outra caída, se divertia pelos becos escuros da grande metrópole, o som do salto de suas botas que iam até acima do joelho ecoava pelas ruas vazias, qualquer um que a visse imediatamente pensaria que era uma prostituta por sua vestimenta e coragem de estar sozinha tão tarde.
A morena ouve as vozes ao longe, assim que o cheiro de sangue fresco e enxofre a atinge um sorriso se abre em seu rosto; estava mesmo começando a ficar entediada, os três últimos assassinatos que havia cometido foram rápidos
e monótonos, não houve muito prazer neles e ela estava começando a pensar em algo maior antes de sentir as presenças.
Sem pressa ela se aproximou do beco na qual as vozes e odores vinham, assim que vê a cena dos dois Cavaleiros a sua frente revira os olhos e encosta o ombro na parede.
— Sabiam que sempre me dá vontade de vomitar quando estão por perto?! É quase um outro sentido. —